sexta-feira, 22 de maio de 2015

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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Mulheres nos conselhos

Mulheres nos conselhos 
http://www.dgabc.com.br/Noticia/1189345/mulheres-nos-conselhos?referencia=colunas-lista
Publicado em quarta-feira, 28 de janeiro de 2015 - Do Diário do Grande ABC 
Artigo
Estive no encontro global de sócios da IIC Partners, realizado em Nova York, nos Estados Unidos, e um dos temas levantados no painel sobre mulheres em conselhos foi a criação de cotas para elas em conselhos de administração. A Noruega foi o primeiro país a estabelecer, em 2003, lei que exige no mínimo 40% dos assentos dos conselhos para o sexo feminino. A França aprovou, em 2007, legislação que regulamenta percentual de pelo menos 25% delas no conselho.
O interessante do debate é que nenhuma das presentes defendia a estipulação de cotas nos Estados Unidos. Por quê? Por um lado, todo acionista está em busca do melhor perfil em seu conselho. Por outro, porque não haveria mulheres com track record (histórico) suficiente para alimentar os conselhos de todas as companhias norte-americanas. A melhor justificativa foi dada por estudo da ONG Catalyst, que aponta que empresas que têm mulheres no conselho têm desempenho financeiro melhor dos que as que não têm. Os números falam por si: 84% em retorno sobre vendas, 60% em retorno sobre capital investido e 46% em retorno sobre o patrimônio.
O debate sobre a diversidade de gênero nos conselhos de administração é ainda recente nas discussões da governança corporativa no Brasil. Contudo, ganha cada vez mais destaque com a adoção de regras ou adesões de outros países à presença feminina nos postos de liderança.
Nos últimos 20 anos, registramos na Fesa que aproximadamente 35% dos profissionais recrutados para nossos clientes são mulheres. Infelizmente são poucas as que chegam ao topo das organizações e, menos ainda, as que chegam aos conselhos. Segundo dados do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), apenas 7,7% das mulheres ocupam posições nos conselhos de administração. Essa realidade precisa mudar, não apenas pela diversidade ou pela possibilidade de obrigatoriedade da lei, mas, novamente, porque melhora os resultados das empresas. É matemática que deveria por si só forçar a mudança de mind set (mentalidade).
O que posso dizer é que estamos atentos a este movimento, pois temos como um de nossos valores centrais a crença de que a diversidade traz riqueza. Contamos com a meta de ter 50% de candidatos apresentando diversidade – não só de gênero, mas de crenças, backgrounds etc. Não é tarefa fácil, mas estamos evoluindo com grande velocidade na identificação de mulheres para conselhos administrativos. Espero que as organizações encontrem espaço para que elas possam dar sua contribuição na esfera mais alta de suas organizações e, no fim do dia, lucrar com isso.
Denys Monteiro é CEO da consultoria Fesa.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Estudo da ONU aponta que nove em cada 10 egípcias já sofreram algum tipo de violência sexual

8 de junho de 2014
Por Da Redação 

Violência contra a mulher no Egito é alarmante - Foto: Banco Mundial/Charlotte Kesl
Violência contra a mulher no Egito é alarmante – Foto: Banco Mundial/Charlotte Kesl
A União Interparlamentar emitiu uma nota elogiando a decisão do governo do Egito de criminalizar o assédio sexual no país.
O decreto foi anunciado nesta semana e, segundo a UIP, é um passo fundamental para combater o que a agência chamou de “problema crescente da violência contra a mulheres no Egito.” A UIP disse que outros países têm que fazer mais na mesma área.
Cinco Anos
A decisão foi promulgada pelo presidente interino Adly Mansour, que está deixando o cargo. Pela nova regra, o assédio sexual passa a ser um crime punido com até cinco anos de prisão.
Desde o início dos protestos de rua que levaram à saída do presidente Hosni Mubarak em 2011, o Egito tem registrado ataques contra mulheres. De acordo com um estudo da ONU, nove em cada 10 egípcias sofreram algum tipo de violência sexual.
O chefe da UIP, Anders Johnson, disse que pôr um fim à violência contra mulheres no Egito é uma tarefa que requer mais compromisso e ação para a implementação do decreto.
Sentença
Segundo a agência, a medida sinaliza uma boa notícia após semanas de relatos horrorosos sobre violência a mulheres em várias partes do mundo. A nota lembra o caso do assassinato de duas meninas na Índia após terem sido estupradas, e da sentença de morte à sudanesa Meriam Ibrahim, condenada por ter se casado com um cristão e não renunciar ao cristianismo.
A UIP também citou o caso do sequestro de mais de 200 alunas na Nigéria e o assassinato de uma paquistanesa pela própria família num chamado “crime de honra”.



-Secretaria Executiva - Rede Feminista de Saúde
Rua Manoel de Oliveira Ramos, 43 - sala 110 - Estreito
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Fones: (48) 3025.4998 - 3028.4998

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Revelação da Orientação sexual tem relaçao com Violência.

Revelação da orientação sexual tem relação com violência
Revelar a orientação sexual pode significar sofrer mais violência física, verbal e ameaças, no caso dos homens que fazem sexo com outros homens. Os locais em que eles mais se sentem discriminados são nos ambientes religiosos, na escola ou faculdade, nos círculos sociais próximos como amigos e vizinhos e no contexto familiar. Segundo o psicólogo Luiz Fabio Alves de Deus, autor da pesquisa na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP que estudou o assunto, a revelação é ainda mais difícil para aqueles que já sofrem algum outro tipo de preconceito na sociedade, como os negros.
Quase três quartos dos entrevistados que tinham a orientação sexual revelada em vários contextos já vivenciaram agressões verbais em decorrência de sua sexualidade. Esta também foi motivo para que 21% destes homens que fazem sexo com homens terem sofrido violência física. Dos entrevistados, 42% receberam ameaças de agressão por não seguirem os padrões da heteronormatividade. A pesquisa ainda constatou que, assim como a violência, a discriminação era maior quanto mais assumida a sexualidade estava.
Dos círculos sociais frequentados, os amigos eram os que mais sabiam sobre a orientação sexual, seguidos pelos funcionários dos serviços de saúde. Logo após, a família é o terceiro ambiente que mais assume-se a sexualidade e depois vêm o trabalho e a escola. O motivo talvez esteja na discriminação, que foi elevada também nestes dois últimos contextos. “Dos que se revelaram em todos eles, 17% sofreram discriminação no ambiente de trabalho, sendo que, de quem nunca explicitou a ninguém, o percentual de discriminação é nulo”, explica o psicólogo.
“Com estes resultados, não estamos propondo que as pessoas permaneçam no armário”, esclarece o pesquisador. “Estamos querendo chamar a atenção para o fato de que a discriminação e a violência estão amplamente naturalizadas e são vivenciadas cotidianamente pela população não heterossexual em todos os contextos sociais em que circulam. Gostaríamos que estes resultados pudessem sensibilizar, principalmente, os formuladores de políticas públicas, gestores, profissionais que atuam na ponta dos serviços, educadores, dentre outros, para as implicações da exclusão e das violências sistemáticas aos quais esta parcela da população está exposta, que em última instância impacta nas condições de saúde, na escolarização, na marginalização e na não cidadania destas pessoas”, observa.
Dados do estudo mostram que os jovens, com até 30 anos, têm mais tendência a revelar a orientação sexual. O pesquisador atribui isso ao fato de que os mais velhos amadureceram em uma época em que comportamentos sexuais diferentes da heterossexualidade eram menos aceitos. Além disto, ele também constatou que, proporcionalmente, os negros assumiam-se menos. “Para aquelas pessoas que já são discriminadas por outra característica, como a cor da pele, talvez seja muito mais difícil fazer a revelação da orientação sexual porque revelar-se gay ou lésbica é adicionar mais uma situação de discriminação àquelas que elas já vivenciam”, explica.
SampaCentro
Os dados da dissertação de mestrado eram parte daqueles coletados em um projeto chamado SampaCentro, do qual o psicólogo participou. A pesquisa buscava obter informações sobre o comportamento e práticas sexuais de gays e prevalência de infecção por HIV e outras DSTs entre homens que fazem sexo com homens. Ela foi realizada em 2012 pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em parceria com o Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS, e apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Além dos números sobre a violência e a discriminação, o estudo constatou uma alta prevalência de HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis na população estudada.
Depois da pesquisa, os organizadores estabeleceram diálogos com representantes da sociedade civil organizada, dos programas municipal e estadual de DST/Aids e também com pesquisadores da área, para discutir os resultados e pensar no impacto da divulgação. “Era, e é ainda, uma preocupação dos pesquisadores envolvidos no estudo, que os resultados orientem políticas públicas e ações das organizações da sociedade civil que possam melhorar as questões de saúde desta população”, conta o psicólogo.
Orientado pela professora do Instituto de Psicologia (IP) da USP Vera Paiva, a dissertação de mestrado Contextos de revelação da orientação sexual: no final do arco-íris tem um pote de ouro? foi defendida em março de 2013 na FSP.
Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom | ABr
Mais informações: email luiz.deus@usp.br